Muito obrigado!
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*Este texto foi originalmente publicado aqui no meu blog no dia 06/09/2013.
"FOI
BOM PRA VOCÊ?"*
Thales Vianna
Coutinho
Psicólogo
(CRP12/10175)
Personal &
Professional Coach
Hoje (06/09) é o “Dia
do Sexo”. É perfeitamente normal que você não soubesse disso. Eu também não
sabia, até ser bombardeado por dezenas de “tirinhas” no facebook, comentando
sobre o “grande dia”. Pelo que pude perceber através de uma rápida pesquisa no Google,
essa não é uma data oficial, porém, ainda assim, ela tem o poder de despertar
ainda mais o interesse das pessoas pelo sexo, estimulando a publicação de
conteúdos dos mais variados, desde a sexóloga que explica como achar o “ponto
G”, até as sugestões dos adereços mais recentes para um ato sexual diferente.
Diante disso, quis
escrever este texto com o objetivo de fugir um pouco da moda e discutir sobre
um tema muito importante, mas que – devido ao fato de só recentemente ter
ganhado notoriedade científica – é muito pouco difundido para o público em
geral. Pode-se dizer que o tema desse texto é “o comportamento pós-coito”. O
que um espera que o outro faça depois do sexo? Por quê? O que este
comportamento significa? Essas são as três questões que pretendo responder, com
base nas investigações conduzidas por Daniel Kruger (University of Michigan) e
Susan Hughes (Albright College).
O que muitos
desconhecem é que o fator mais importante para manter o relacionamento saudável
não é o sexo propriamente dito. Aliás, o ato sexual em si é a parte menos
importante para promover o vínculo entre o casal (apesar de ser relevante). O
que a ciência está revelando como sendo realmente importante é aquilo que
acontece antes (os rituais preliminares), e depois da transa (o período
pós-coito).
Período Pós-Coito, como
o próprio nome diz, é aquele momento em que os casais se desgrudam e ficam
olhando para o teto, pensando naqueles últimos momentos de êxtase. É esse
período que Hollywood retratou tantas vezes como aquele em que o homem acende
um cigarro, olha para a moça e pergunta “Foi bom pra você?”.
O que se descobriu é
que o comportamento apresentado neste período pós-coito informa o grau de
comprometimento da pessoa com a relação em si, e é nesse ponto que a história
complica...
Para compreender o
porquê da complicação é preciso considerar que, diante das evidências atuais,
sabemos da existência de duas estratégias, adotadas por ambos os sexos, com o
objetivo de selecionar os melhores parceiros. Uma delas é chamada de “Estratégia
Restrita”, pois aqueles que a adotam restringem seu interesse sexual a um único
indivíduo por vez. Essas são pessoas que valorizam muito o vínculo afetivo e o
romance nas relações. Como alternativa tem-se a “Estratégia Irrestrita” na qual
o indivíduo manifesta interesse pela pluralidade de relações, trocando de
parceiros com muita frequência e às vezes se relacionando com mais de um
paralelamente ou mesmo simultaneamente. Estas pessoas não valorizam muito o
vínculo afetivo, e focam no aspecto mais luxuriante do amor. Nenhuma dessas
estratégias é melhor, nem pior que a outra. Ambas tem características
positivas, e negativas, e tanto homens quanto mulheres podem adotar uma ou
outra estratégia.
Porém, a ciência já descobriu duas coisas interessantes sobre
isso: 1) Algumas pessoas tem a tendência natural a escolher uma dessas
estratégias e adotá-la ao longo de toda sua vida; 2) Em média, as mulheres tem
a tendência a preferir a “estratégia restrita”, enquanto que os homens tendem a
adotar a “estratégia irrestrita”. Para maiores informações sobre esse ponto,
você pode assistir a minha palestra intitulada “A Princesa & O Cafajeste: a Psicologia do Amor”.
Diante disso, pode-se
esperar que as mulheres apresentassem uma maior tendência a desejar que seus
parceiros manifestem comportamentos que indiquem compromisso e desejo de formar
vínculo. E é justamente isso o que acontece quando, por exemplo, os
pesquisadores solicitam que tanto homens e mulheres avaliem numa escala de 1 a 5,
qual a importância que eles dão para os seguintes comportamentos apresentados
pelos(as) seus/suas parceiros(as) após o sexo: 1) Iniciar Conversa Íntima; 2)
Beijar; 3) Dizer que te ama; 4) Fazer Carinho; 5) Falar sobre a Relação. A
média da avaliação de todas essas características é superior nas mulheres, em
comparação aos homens. Ou seja, de fato, elas valorizam significativamente mais
esses comportamentos pós-coito que sinalizam o comprometimento.
Também já foi
verificado que esse padrão não está apenas relacionado ao gênero, mas à
estratégia adotada. Ou seja, homens que optam pela “estratégia restrita” (que
preza pelo vínculo afetivo) irão valorizar mais esses comportamentos pós-coito,
que mulheres que adotam a “estratégia irrestrita” (na qual o vínculo não é
prioridade).
Isso significa que
neste “Dia do Sexo” você não deve apenas se preocupar em refletir com o
objetivo de melhorar a performance sexual per se, mas sim compreender a
importância que sua conduta pós-coito tem sobre o resultado final, que é aquilo
que a outra pessoa pensará sobre você na manhã seguinte.
Referências:
1. COUTINHO, T. A Princesa & O Cafajeste: a Psicologia
do Amor. Palestra, 2012. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=YPqiBl3G8Kg&feature=plcp
2. HUGHES, S. KRUGER,
D. Sex differences in post-coital
behaviors in long and short-term mating: an evolutionary perspective.
Journal of Sex Research, vol. 48, n° 5, 2011.
3. KRUGER, D. HUGHES,
S. Variation in reproductive strategies
influences post-coital experiences with partners. Journal of Social,
Evolutionary, and Cultural Psychology. vol. 4, n° 4, 2010.
4. KRUGER, D. HUGHES,
S. Tendencies to fall asleep first after
sex are associated with greater partner desire for bonding and affection.
Journal of Social, Evolutionary, and Cultural Psychology, vol. 5, n° 4, 2011.
Fonte da Imagem:
http://www.askeachother.com/images/uploads/large/2011-04-06-4113021_cuddler.jpg
*Este texto foi originalmente publicado aqui no meu blog no dia 06/09/2013.
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