quarta-feira, 31 de julho de 2013

CONTO: Baalander

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BAALANDER
Copyright © Thales Vianna Coutinho


Caro(a) leitor(a) – falo no singular porque é falta de educação ler junto com outra pessoa, e em ambos os gêneros porque é politicamente correto – é minha função, como escritor fracassado, alertá-lo(a) de que não vale a pena desperdiçar seu precioso tempo lendo esta história, criada por mim, num momento de completa insanidade.
Dá-se para julgar a péssima qualidade deste amontoado de palavras desconexas – um eufemismo para não recorrer a uma descrição coprográfica (neologismo para escrita de baixíssimo calão) – logo pelo título: “Baalander”. Parece nome de marca de maionese falida.
Sem sombra de dúvidas, este é o pior título, que só o pior dos escritores, no pior dos seus dias, poderia imaginar.
....
Vejo que você é mesmo uma pessoa determinada! Então, já que insiste na leitura...
Saiba que um personagem central desta história sem nexo vem a ser o vilão que, por sinal, se chama Vilão. Trata-se de um cabeçudinho rei da era medieval!
Bah... Isso lá é coisa pra se imaginar?
A única coisa que salva esta "narrativa" é – por incrível que pareça – o herói: Baalander; um príncipe que durante a noite vira bode!
Esse fato prova mais uma vez a péssima qualidade disto que você está lendo. Pois, além do clichê de utilizar o nome de um personagem como título – típico de escritores infantis – o herói não pode ser o personagem mais envolvente da trama! Ele tem que ser aquele que possui um propósito a seguir, mas ao mesmo tempo, não atrai muito a atenção. E o mais importante: NÃO PODE VIRAR BODE DURANTE A NOITE! Pois, imagine só se a própria mocinha que ele está salvando acorda no meio da noite com fome... Pode devorá-lo! Já comeu carne de bode? Eu não! Mas dizem que é muito saborosa.
Todavia, ignore esses dois personagens e tome conhecimento sobre a bela donzela, que está presa desde sempre e para sempre na torre inacessível do Vilão. Seus cabelos loiros e pele lisa como um papel – liso, evidentemente – conferiam-lhe um charme inigualável. Realmente ninguém poderia dizer que aquela bela mulher de olhos verdes tornava-se uma “lobisomem fêmea” durante a noite. Seu nome era Madaren – a princesa difícil!
Devo alertá-lo(a) que esta personagem não pode se transformar no que se transforma. Já ouviu falar em “lobisomem fêmea”? Até onde eu sei, lobisomens se originam quando uma mulher dá a luz a seis meninas e o sétimo filho é um menino... Este será um lobisomem. Logo, jamais poderia haver uma “lobisomem fêmea”, mesmo porque, a terminação “omem” designa o gênero masculino, o que faz disso tudo – no mínimo – um desrespeito à norma culta da língua portuguesa. E “lobisulher”... bem... dispensa comentários!
Porém, também diz a lenda que se alguém for ferido pela fera ("ferido pela fera" soou legal, né? Talvez a única coisa boa disso tudo), passará a se transformar nela. Nesse caso, a história teria uma pontinha de sentido...
Suponhamos então que – quando jovem – a pequena Madaren foi ferida por um lobisomem, e contaminada pela sua maldição. Realmente, essa seria a explicação perfeita, se não fosse pelo pequeno detalhe descrito anteriormente: ela esta presa DESDE SEMPRE e PARA SEMPRE na torre do vilão. Logo, a não ser que o lobisomen tenha subido a torre exclusivamente para atacá-la, isso não faria sentido. Ah! Eu também escrevi que trata-se de uma torre “inacessível”. Isso significa que nenhum lobisomen poderia subir. Aliás, isso revela que NINGUÉM poderia ter acesso a este local, inclusive a pessoa que a prendeu lá, o que demonstra que essa personagem pode – simplesmente – não existir. Mas, para evitar mais delongas, sugiro que ignore mais aspecto. Aliás, eu sugiro mesmo é que você pare de ler isso.
...
Há um personagem neutro nessa história. Na verdade, ele é tão neutro que nem tem motivo existencial! Chama-se Mitt; uma criatura grotesca e responsável pela inútil tarefa de soar o gongo, quando algum idiota – cansado de tanta monotonia – vai ao reino do Vilão jogar uma longa partida de xadrez.
Pois bem... Quer apostar que com somente esses quatro personagens eu consigo fazer uma incrível história?... Caso apostou, venceu! Se não apostou, você não está prestando atenção no que está lendo, pois desde o início eu disse que não haveria história alguma.

Entr’act!

Há também um personagem dragão, que guarda o castelo do mal, localizado dentro de uma vela negra, no subsolo medieval. O dragão se chama: Dragão, filho de Dragão, neto de Dragão, bisneto de Draco!
Observação principal: O parágrafo acima, nem eu mesmo entendo, então: NÃO ME PERGUNTE! E se você entendeu, faça a gentileza de IR PARA O INFERNO!
Observação secundária: Sim, estou gritando com você, sem nenhum motivo aparente!

Continuando... ou não!

Eis que Baalander – o Homem-Bode noturno – viajava juntamente com seu fiel escudeiro: Slin – o mosquito vespertino!
Que gozado! Esse Slin se transforma num mosquito quando o Sol pairava no meio do céu!
Os dois contavam também com a presença mais que bem vinda de um camelo; que se chamava: Camelo-aquele-que-cospe-as-vinhas-do-sul.
Você teria que ver o quão era engraçado quando a noite chegava e havia um bode montado num camelo, seguido por um mosquito.
Resumindo: Os três aventureiros – eles eram aventureiros? – encontraram a vela; destruíram o Dragão, salvaram a princesa – que estava fadada a ficar PARA SEMPRE na torre INACESSÍVEL – e viram o Vilão se matar após comer mil e um biscoitinhos de leite.
Contudo, durante a fuga bem fugitiva, a tarde chegou, transformando Slin em mosquito. A noite veio transformando Baalander em bode e Madaren em “lobisomem fêmea”. Madaren então comeu a todos, incluindo o Camelo-aquele-que-cospe-as-vinhas-do-sul e depois foi a óbito misteriosamente: ou devido a uma bicheira na barriga; ou câncer agressivo de próstata (sim, alguma fontes defendem a ideia de que ela fosse uma princesa lobisomen transexual). Fato tal, que não tem nada a ver com nada.
Como você constatou, esse troço foi um mero amontoado de palavras sem nexo nem argumento que compuseram uma história que simplesmente não acontece. Eu confesso não saber nem se acabou (afinal, sequer começou), mas mesmo assim... Adeus!
...
Nota: Vote em Baalander para presidente: 24.666!

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TEXTO: O que não mata (às vezes) fortalece

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O QUE NÃO MATA (ÀS VEZES) FORTALECE
Thales Vianna Coutinho
Psicólogo (CRP12/10175)
Personal & Professional Coach


Investigações anteriores já demonstraram que uma situação traumática tem o potencial para abreviar a nossa vida, principalmente devido às ações que o cortisol (hormônio do stress) exerce no nosso DNA, reduzindo - principalmente - o tamanho do telômero.
Por isso que esta pesquisa publicada na última quarta-feira no periódico PLoS ONE é tão interessante e está causando tanto reboliço. Afinal, ela conseguiu demonstrar uma exceção muito significativa a essa regra de que o stress crônico reduz a expectativa de vida.
Eles compararam os dados de mais de 55 mil judeus e judias que emigraram da Polônia por volta dos 20 anos de idade, antes e depois do início da segunda guerra mundial. Mais especificamente, antes e depois do Holocausto.
Abraham Sagi-Schwartz
Conforme Abraham Sagi-Schwartz, coordenador desta investigação: "Os sobreviventes do holocausto não apenas sofreram graves traumas psicológicos, mas também desnutrição, falta de higiene e restrição do acesso a médicos, o que nos levava a crer que essas privações acarretariam numa menor saúde e consequentemente uma redução da expectativa de vida". (fonte: The Jerusalem Post)
Surpreendentemente, identificaram que, no geral, a expectativa de vida dos sobreviventes ao Holocausto era pelo menos de 6 meses maior que a das pessoas que não viveram na pele este regime. Ao refinar os dados, os cientistas descobriram que, na realidade, não havia uma diferença na longevidade entre mulheres, mas que entre os homens essa diferença chegava a ser de 14 meses. Isso significa que os sobreviventes deste que foi um dos maiores massacres da história recente, mesmo tendo sofrido todas as adversidades, viveram mais que aqueles que não passaram por esse período negro.
Os autores propõem que esta diferença pode ser explicada pelo "crescimento pós-traumático" (Posttraumatic Growth). Ou seja, a vivência constantemente estressante do Holocausto aumentou a capacidade de resiliência, além de desenvolver muito as habilidades interpessoais dos sujeitos, que precisavam disso para sobreviver.
Ainda de acordo com o professor Sagi-Schwartz: "Os resultados desta pesquisa nos dão esperança e nos ensinam um pouco mais acerca da resiliência do espírito humano quando confrontado com eventos brutais e traumáticos, como o Holocausto". (Fonte: MedicalExpress).
Uma interpretação alternativa, também considerada pelos autores, é de que os indivíduos mais vulneráveis às adversidades acabaram perecendo durante este período, e sobreviveram apenas aqueles com uma melhor condição de saúde geral, o que explica porque estes viveram bastante tempo (na realidade, eles já viveriam mais tempo que a média, em condições normais).
Independente da explicação para o fenômeno (que precisará ser melhor testada em futuras investigações), esta pesquisa contribuiu para demonstrar que muitas vezes o “óbvio” não está necessariamente correto. E, por isso, é sempre importante que sejam feitas novas pesquisas para por à prova velhas concepções.


Referência:
SAGI-SCHWARTZ, A. BAKERMANS-KRANENBURG, M. LINN, S. IJZENDOORN, M. Against all odds: genocidal trauma is associated with longerlife-expectancy of the survivors. PLoS ONE, vol. 8, n° 7, 2013.
Reportagem no "The Jerusalem Post". ‘Male Holocaust survivors have longer life expectancy’. Disponível em: http://www.jpost.com/Health-and-Science/Male-Holocaust-survivors-have-longer-life-expectancy-321454
Reportagem da MedicalExpress. Male Holocaust survivors have a longer life-expectancy. Disponível em: http://medicalxpress.com/news/2013-07-male-holocaust-survivors-longer-life-expectancy.html

Fonte das Imagens:
Holocausto = http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/capas/historia-geral/imagens/holocausto.jpg
Sagi-Schwartz = http://www.ushmm.org/research/center/fellowship/fellows/2012/images/sagi-schwartz.jpg

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CONTO: Barulhos

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BARULHOS
Esta obra é uma reelaboração do mesmo conto, que eu havia escrito em 2003
Copyright © Thales Vianna Coutinho

Chovia muito naquela noite em que Roger chegou numa pequena pensão, onde pretendia se hospedar por quatro dias, para participar de um importante congresso de medicina. O local parecia ideal: limpo, arrumado, tranquilo e a proprietária tinha um semblante que lhe remetia muito a sua falecida avó.
- Boa noite! – disse ele, enquanto secava seu chapéu – Preciso de um quarto para quatro dias.
Com um largo sorriso no rosto, a senhora com mãos enrugadas lhe entregou uma chave antiga e, com toda atenção do mundo, mostrou-lhe o caminho até seu quarto. Banheiro privativo, cama aconchegante, armário antigo e uma janela de fundos que dava para a rua. Não tinha nenhum luxo, mas era bom o suficiente para passar aquele período.
Logo na primeira noite, Roger perdeu o sono, e assistiu a quase dois filmes na pequena TV que havia no quarto, antes de começar a cochilar. Instantes depois, acordou atordoado por um barulho esquisito.
Olhou no relógio, que marcava, precisamente, três horas da manhã.
A única luz vinha da TV que transmitia a reprise de um velho programa de auditório. Levantou-se da cama, confuso e pestanejando, enquanto tentava interpretar aquele som que ele tinha certeza de que sabia o que era, mas não conseguia identificar. Até que, após alguns segundos, resolveu o mistério: era o barulho de uma pá cavocando a terra. Igual ao que seu tio fazia quando ele ia visitá-lo na fazenda, durante as férias de verão. Primeiro vinha aquele barulho seco e baixo da pá sendo posicionada na terra, depois aquele barulho mais alto e molhado da bota sendo usada para afundá-la, e por fim aquele barulho mais suave da terra sendo expulsa.
Não conseguindo, porém, imaginar de onde vinha o tal barulho, achou melhor esquecer e voltar a dormir.
No dia seguinte, acordou ainda cansado da viagem e da quebra de sono e, durante o café-da-manhã, aproveitou para socializar a experiência da noite anterior com a senhoria, mas ela negou ter ouvido qualquer coisa.
- “Se eu tivesse orelhas tão grandes quanto as suas, ouviria tudo!” – pensou ele, sarcástico, referindo-se às imensas orelhas da velha mulher que nunca deixava de estampar um sorriso no rosto.
Depois de comer, foi até o local onde seria o congresso, que ficava há menos de uma quadra de distância, e retornou à pensão pouco antes de anoitecer. Logo que chegou, se deparou com um policial fardado que, após uma breve apresentação, mostrou a foto de uma adolescente colegial.
- Ela desapareceu desde ontem, por volta das seis da tarde. Morava no prédio ao lado. Você a viu?
Roger respondeu que não, afinal, havia chegado na cidade pouco antes da meia noite do dia anterior.
O policial suspirou frustrado, guardou a foto, e despediu-se de todos.
Um tanto perturbado com a notícia, pensando no que poderia ter acontecido à pobre garota, Roger foi até seu quarto decidido a ter um sono verdadeiramente reparador, recusando inclusive a janta.
Mas, da mesma forma que na noite anterior, precisamente às 3 da manhã, acordou com o barulho da pá cavando. Dessa vez, a TV estava desligada, e o completo breu de seu quarto dava a impressão do som ser maior ainda.
- Quem cavaria um buraco a esta hora da madrugada? – murmurou, enquanto levantava da cama.
Abriu a porta de seu quarto, e viu que no corredor reinava um silêncio mortal, e todas as portas dos outros quartos estavam fechadas.
O barulho era alto e constante, como as batidas do seu coração, que por sinal começavam a ficar cada vez mais aceleradas. Roger resolveu olhar pela janela, e foi então que suas mãos e pés congelaram,  os cabelos de sua nuca arrepiaram, a garganta secou e a visão ficou turva.
Isso porque a imagem através da janela não coincidia com a que ele viu pela manhã, enquanto caminhava até o local do congresso. Jurava que em frente à pensão havia um prédio residencial alto, cinza, com cinco ou seis andares. Porém, o que estava vendo agora era um terreno plano e abandonado, coberto por uma neblina densa. Neste terreno, havia apenas uma pequena casa de madeira, que estava com a luz acesa. Uma luz amarela e forte, que podia ser vista através das frestas da madeira trabalhada.
Roger não conseguia enxergar ninguém lá. Porém, depois de analisar melhor a cena, avistou – nos fundos do barraco – uma pá cavocando o chão.
Não dava pra ver quem a operava, nem o que a pessoa estava escavando. Ele via apenas o movimento da pá, entrando e saindo da terra.
Como um choque, o medo percorreu todo o seu corpo e o fez voltar correndo para a cama, ligar a TV e forçar o sono, apesar daquele barulho infernal e do perturbador pensamento de que ele estaria enlouquecendo. Afinal, nem aquele terreno, nem aquele barraco, estavam lá de manhã.
Desmaiou.
Horas depois, quando já havia clareando, Roger despertou assustado, e a primeira coisa que fez foi olhar pela janela. De fato, ele estava certo. Da mesma forma como surgiu repentinamente, aquele terreno tenebroso desapareceu, e lá estava novamente o tal prédio com vários andares, como se nada tivesse acontecido.
Durante todo aquele dia, ele foi atormentado pela dúvida: afinal, aquilo havia sido um "sonho lúcido", ou melhor, um "pesadelo lúcido"? Nem mesmo conseguiu prestar atenção no segundo dia do congresso, pois ficou encucado com o acontecimento extraordinário.
No fim da tarde, ao retornar à pensão, novamente foi surpreendido pelo mesmo policial, que lhe apresentou outra foto, dessa vez de uma mulher na casa dos 50 anos.
- Ela desapareceu noite passada. A família simplesmente não sabe o que houve. Foi dormir, e no dia seguinte não estava mais na cama. Morava no prédio em frente. Você a viu por aqui?
Gaguejando, devido a mistura de medo, angústia e confusão, Roger explicou ao policial que nem saiu na noite passada, e que durante todo o dia de hoje estava presente no congresso, e não a havia visto, desde que chegou na cidade. A dona da pensão, gentilmente, confirmou seu relato.
O policial agradeceu pela explicação e continuou perguntando para as outras pessoas que ali estavam, mas sem sucesso.
Roger caminhou a passos largos até seu quarto, fechou a porta correndo e deu três voltas na chave para se certificar de que estava bem trancada. Imediatamente olhou pela janela, e viu que em frente à pensão ainda estava o tal prédio cinza de cinco andares.
Pensou:
- “Hoje preciso ficar acordado, para saber se aquilo foi mesmo um sonho lúcido”.
Sentou, se recostou na cabeceira da cama, e começou a passar os canais da TV. Não prestava atenção a nenhum programa, pensava apenas no que faria se o tal terreno sinistro voltasse a aparecer.
Quando ele já estava desistindo de ficar acordado, eis que começou a ouvir o cadavérico barulho da pá trabalhando. Uma rápida olhada no relógio confirmou que era precisamente 3 da manhã.
Gelado, levantou-se da cama e espiou pelo canto da janela. Lá, no lugar do prédio, estava de novo o tal terreno nebuloso, com o mesmo barraco de madeira no meio, com a mesma luz amarela acesa dentro e, nos fundos, a mesma pá subia e descia do chão.
- Definitivamente, isso não é um sonho. – murmurou – Mas, real também não pode ser! Prédios não desaparecem do dia pra noite. Eu estou louco!
Então, sem fazer nenhum barulho, caminhou até sua porta, e a destrancou com cuidado. Viu que o corredor estava escuro e vazio. Andou sorrateiramente por ele, até chegar à porta principal da pensão. Abriu-a com a destreza de um ladrão.
Lá fora estava muito mais frio. A diferença de temperatura foi percebida tão bruscamente, que foi como se ele tivesse mergulhado numa banheira cheia de gelo. Suas mãos e braços tremiam e roçavam em seu casaco, na tentativa de se aquecer um pouco mais. Com a respiração ofegante, ele decidia se continuava com a ideia de explorar realmente o tal terreno, ou voltava para a aparente segurança de sua cama, em troca de permanecer com aquela dúvida corroendo sua mente.
Depois de uma breve reflexão – que pareceu durar horas – decidiu continuar com o que começou e saiu pelo pequeno portão de madeira da pensão, ficando em pé na calçada oposta a do sinistro terreno.
Diante da total incoerência da situação, Roger resolveu analisar o ambiente por alguns segundos. O céu estava totalmente preto. Não havia lua, nem estrelas. Apesar do frio intenso, também não havia vento. Na realidade, era como se o ar estivesse parado. Também não havia nenhuma criatura por perto. Nem mesmo cão, gato ou esquilo. E o único barulho ouvido era mesmo o da pá, que nunca parava de cavar.
Após fazer essas breves constatações – que o deixaram ainda mais apreensivo – procurou, sem sucesso, um ângulo capaz de enxergar quem operava a pá. Tomou um pouco de coragem e, usando um tom de voz não tão alto para acordar os vizinhos, nem tão baixo para não se fazer ouvir, perguntou:
- Tem alguém ai?
Não obteve qualquer resposta. Nem mesmo uma interrupção no barulho. Nada.
Aproximou-se então, mais ainda mais do terreno. Nesse momento ele já não sabia qual a principal razão pela qual suas pernas tremiam, se era devido ao frio intenso ou ao medo excruciante que sentia.
Finalmente, contudo, pisou pela primeira vez naquele solo verde escuro do terreno misterioso. Agora estava há pouco mais de 10 metros do barraco velho, que sempre tinha uma luz amarela acesa dentro. Nos fundos, a pá continuava cavando. Foi quando ele tomou coragem novamente e, com uma voz bem falha, indagou:
Você precisa de ajuda?
Nesse momento, a luz do barraco apagou. Quando ele desviou o olhar para ver isso, a pá parou de cavar, e o barulho sinistro deu lugar a um silêncio ainda mais amedrontador.
- Isso é loucura!... Eu estou louco!... Isso é loucura!... Eu estou louco! – murmurava, congelando de frio e de medo.
De mansinho, caminhou ao redor do barraco apagado, e foi até o local onde via a pá cavando. Havia sim um buraco. Não muito largo, mas bem fundo. Aproximando-se mais, constatou que não conseguia sequer ver o fundo. A pá estava cuidadosamente amparada na parede, mas não havia nenhum sinal de alguém por perto.
Perturbado com tudo aquilo, saiu correndo dali. Quando já estava quase atravessando a rua, ouviu um pequeno “click”, e ao se virar, percebeu que a luz do barraco acendeu novamente. Depois, a porta da frente começou a abrir, lentamente. O barulho das dobradiças ecoava como nos velhos filmes de terror.
Só o que se via lá dentro era um forte clarão causado pela luz amarela. Roger, hipnotizado, começou a caminhar em direção à luz. Sua vontade própria ia abandonando gradativamente seus sentidos e movimentos. A cada passada ele ficava mais sob o poder daquela luz forte. Por fim, entrou no barraco de madeira, e a porta se fechou atrás dele, para nunca mais abrir.

Foram necessários dois dias para que a dona da pensão registrasse o desaparecimento de Roger. O mesmo policial de sempre compareceu à pensão para fazer as perguntas de sempre. E, como sempre, nenhuma pista foi descoberta e, da mesma forma dos desaparecimentos anteriores, o caso foi arquivado.
Porém, apesar de ninguém ter associado isso ao desaparecimento do rapaz, um assunto se tornou rotina na mesa do café da manhã daquela pensão durante os dois dias que se seguiram ao seu desaparecimento. Alguns hóspedes começaram a relatar que, apesar de não conseguirem identificar a origem, no meio da madrugada ouviam estranhos barulhos!
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12 de Outubro de 2012.

terça-feira, 30 de julho de 2013

TEXTO: Psicoterapia Online é ainda mais Eficaz

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PSICOTERAPIA ONLINE É AINDA MAIS EFICAZ
Thales Vianna Coutinho
Psicólogo (CRP12/10175)
Personal & Professional Coach


Há duas semanas eu disponibilizei um vídeo em meu canal do YouTube (clique AQUI para conferir) em que expliquei muitos aspectos envolvendo a psicoterapia para além das 4 paredes do consultório, ou seja, a psicoterapia online.
Maercker Andreas, PhD
No vídeo, apresentei muitas evidências que demonstravam a eficácia do método terapêutico mediado por computador, mas uma pesquisa coordenada por Maercker Andreas e publicada na última edição do prestigioso "Journal of Affective Disorder" gerou um resultado surpreendente.
Para a pesquisa, um total de 62 pacientes diagnosticados com depressão realizaram psicoterapia cognitivo-comportamental durante 8 meses. Metade deles passou pelo método convencional (ou seja, face a face), enquanto que a outra metade foi tratada exclusivamente via internet, seja através de troca de textos, seja através de conversação com áudio.
Um dos resultados obtidos foi que, ao final do processo, ambos os métodos de psicoterapia geraram bons resultados. Ou seja, após estas 8 semanas, os sintomas da depressão estavam significativamente reduzidos. Porém, quando acompanhados esses mesmos pacientes 3 meses após o final do tratamento, percebeu-se que aqueles que passaram pela intervenção online mantiveram a melhora alcançada, enquanto que aqueles que passaram pelo método convencional (face a face) apresentaram uma pequena recaída e reaparição dos sintomas depressivos.
Essa investigação demonstra não apenas que a psicoterapia online tem a mesma eficácia que a convencional, como também que tem maior efeito em longo prazo, fazendo com que os pacientes mantenham a depressão controlada por mais tempo após o término do tratamento.


Obs.: Como eu explico em meu vídeo, a psicoterapia online plena no Brasil não é permitida pelo Conselho Federal de Psicologia (mesmo diante de tantas evidências comprovando sua eficácia). Porém, além de psicólogo, também sou coach formado pela “Sociedade Brasileira de Coaching”, e como coach posso atender através da internet. “Coaching” não é a mesma coisa que “psicoterapia”. NESTE meu vídeo eu explico como funciona o coaching, Caso entenda que possui uma demanda para o processo de coaching, basta entrar em contato através do e-mail: thales.coutinho@hotmail.com


Referências:
BIRGIT, W. HORN, A. ANDREAS, M. Internet-based versus face-to-face cognitive-behavioral intervention for depression: a randomized controlled non-inferiority trial. Journal of Affective Disorders, in press, 2013.
Reportagem da Medical Express. Psychotherapy via the Internet as good as if not better than face-to-face consultations. Disponível em: http://medicalxpress.com/news/2013-07-psychotherapy-internet-good-face-to-face.html

Fonte das Imagens:
Psicologia Online = http://esnormalloquemepasa.files.wordpress.com/2012/02/psicologo-online-a-distancia.jpg
Maercker Andreas = http://handbuch-psychotraumatologie.de/wp-content/uploads/2011/07/SE_PR_Maercker_Andreas.jpg

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TEMAS&REFLEXÕES: O que vale é a intenção!

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TEMAS&REFLEXÕES: Eleições do CFP = Conselho Federal de Psicologia

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TEMAS&REFLEXÕES: Afinal, qual a função do sexo oral?

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domingo, 28 de julho de 2013

TEXTO: A Comédia e o Cérebro da Criança

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A COMÉDIA E O CÉREBRO DA CRIANÇA
Thales Vianna Coutinho
Psicólogo (CRP12/10175)
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Em meados do ano passado eu realizei uma palestra sobre a “Psicologia da Comédia”. Na ocasião, consegui filmar e disponibilizá-la completa no meu canal do YouTube (TVCChannelNews). Você pode assisti-la clicando AQUI. Lá, entre outras coisas, eu apresento evidências de que homens e mulheres respondem de forma diferente à comédia. Enquanto as mulheres tem uma maior tendência a achar graça nas coisas, os homens tem uma maior tendência a ser engraçados. E isso se dá devido à seleção sexual.
Acontece que há duas semanas foi publicado um artigo na “Social Neuroscience” descrevendo os resultados da primeira pesquisa a identificar que o cérebro de homens e mulheres processam de forma diferente o humor, desde a infância, utilizando como sujeitos de pesquisa crianças e jovens com idades entre 6 e 13 anos.
Os resultados demonstraram que o cérebro das meninas apresenta uma ativação maior de regiões como o córtex temporo-parietal bilateral, mesencéfalo e amígdala durante o processamento de uma cena engraça, o que faz com que elas processem o humor de uma forma muito mais intensa. Os meninos processam a comédia de uma forma diferenciada, não tão fortemente atrelada ao circuito de recompensa. Essa diferença parece não se dever ao aprendizado, mas sim à biologia em si.
Segundo a hipótese da seleção sexual mencionada no primeiro parágrafo, o cérebro feminino está configurado para associar mais fácil, rápido e intensamente a comédia com o prazer, porque o "senso de humor" sempre foi um sinal importante no homem, no momento de selecioná-lo como parceiro.


Referência:

VRTICKA, P. NEELY, M. SHELLY, E. BLACK, J. REISS, A. Sex differences during humor appreciaton in child-siblings pairs. Social Neuroscience, vol. 8, issue 4, 2013.

Fonte das Imagens:
Criança Sorrindo: http://mdemulher.abril.com.br/imagem/familia/galeria/crianca-sorrindo-38055.jpg
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TEMAS&REFLEXÕES: Os Pés da Cinderela

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TEMAS&REFLEXÕES: A Mídia e a Divulgação da Psicologia Evolucionista

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TEMAS&REFLEXÕES: Avó = Mãe duas vezes!

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quinta-feira, 25 de julho de 2013

TEXTO: O "Interruptor de Empatia" dos Psicopatas

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Imagem do artigo no qual baseio esse texto.
Mostra fotos dos diferentes vídeos apresentados aos psicopatas.

O "INTERRUPTOR DE EMPATIA" DOS PSICOPATAS
Thales Vianna Coutinho
Psicólogo (CRP12/10175)
Personal & Professional Coach


A psicopatia (ou "transtorno de personalidade anti-social") é uma desordem mental caracterizada, principalmente, pela diminuição na capacidade de sentir remorso, compulsão por mentir e por um charme superficial.
De acordo com uma pesquisa publicada na última edição da prestigiosa revista "Brain", os psicopatas têm um "interruptor de empatia" que os permite ligar e desligar essa capacidade de nos colocar no lugar do outro, dependendo da situação.
Eles pediram que 18 criminosos psicopatas assistissem a vídeos em que apareciam mãos realizando vários tipos de comportamento, seja apertando a mão (neutro), seja excluindo uma a outra, seja demonstrando afeto, seja causando dor. Enquanto isso, a atividade cerebral deles era monitorada através de Ressonância Magnética Funcional. Os resultados demonstraram que, diferentemente das pessoas normais, os psicopatas não ativavam normalmente as regiões do cérebro responsáveis pela empatia, diante do vídeo da dor. Porém, na sequência, os pesquisadores instruíram formalmente que os sujeitos psicopatas sentissem a dor do outro, e então viram que as regiões cerebrais da empatia ficavam ativas durante a visualização do vídeo que representava a dor.
Christian Keysers
De acordo com Christian Keysers, o principal autor da investigação, este resultado pode mudar a forma como encaramos os psicopatas:
"A visão predominante tem sido a de que eles são indivíduos frios, incapazes de sentir emoções, e incapazes de sentir as emoções dos outros. Nosso trabalho está demonstrando que as coisas não são tão simples assim. Eles não são pouco empáticos, apenas tem um interruptor de empatia que pode ser ligado ou desligado. No momento que vão cometer um crime, simplesmente o desligam" – disse Keysers, em entrevista à BBC News.
As próximas pesquisas irão focar na compreensão de como exatamente eles conseguem controlar o sistema da empatia. Os resultados serão de suma importância para que possamos entender melhor esse tipo de condição que tanto intriga a ciência, a sociedade... e o cinema!



Referência:
MEFFERT, H. GAZZOLA, V. BOER, J. BARTELS, A. KEYSERS, C. Reduced spontaneous but relatively normal deliberate vicarious representations in psychopathy. Brain, vol. 136, n° 8, 2013.
Clique AQUI para ver a versão completa do artigo, em PDF.
Reportagem da BBC News: http://www.bbc.co.uk/news/science-environment-23431793

Fonte da Imagem:

Christian Keysers: http://horizon-magazine.eu/sites/default/files/00-RDT-Keysers-Keysers7950.JPG

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quarta-feira, 24 de julho de 2013

TEXTO: A Face & A Música

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Montagem feita por mim mesmo com base no padrão universal da expressão facial de alegria (esquerda) e tristeza (direita) identificado por Paul Ekman. Abaixo, incluo cenas do show de André Rieu.

A FACE & A MÚSICA
Thales Vianna Coutinho
Psicólogo (CRP12/10175)
Personal & Professional Coach


Uma pesquisa conduzida por neurocientistas japoneses e publicada na edição de Fevereiro da "Neuropsychologia" demonstrou um curioso efeito exercido pelas expressões faciais no julgamento da carga emocional de uma música.
O estudo foi realizado da seguinte forma:
Os sujeitos da pesquisa inicialmente eram apresentados à foto de um rosto humano expressando alegria, ou tristeza. Na sequência, eles ouviam um trecho de música instrumental alegre, ou triste. Todos eles foram instruídos a avaliar a carga emocional da música que escutavam (dizendo se ela era triste ou feliz) e informar esse julgamento em voz alta o mais rápido possível. Enquanto isso, a atividade cerebral era monitorada através do eletroencefalograma (EEG).
Os resultados mostraram que na situação congruente, ou seja, quando era apresentado um rosto alegre e - na sequência - uma música alegre, as pessoas julgavam o aspecto emocional da música muito mais rápido e de forma bem mais assertiva, em comparação com a situação incongruente, ou seja, quando um rosto alegre era apresentado antes de uma música triste. Além disso, o registro do EEG demonstrou que o cérebro processa mais lentamente a avaliação na situação incongruente, em comparação com a congruente. É importante salientar que esse efeito se manifestava tanto nas pessoas já familiarizadas com a música, quanto naquelas que não tinham qualquer habilidade musical.
Isso demonstra que a expressão facial percebida nos outros interfere diretamente na nossa contemplação musical. Talvez seja por isso que tendemos a não gostar de músicos que interpretam canções tristes com um sorriso no rosto, ou canções alegres com uma expressão de tristeza.


Referência:

KAMIYAMA, K. ABLA, D. IWANAGA, K. OKANOYA, K. Interaction between musical emotion and facial expression as measured by event-related potentials. Neuropsychologia, vol. 51, issue 3, 2013.

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