quarta-feira, 14 de agosto de 2013

TEXTO: O "Real-Time Strategy Game" (RTS) e o Raciocínio Estratégico

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Imagem do jogo "StarCraft II", utilizado nessa pesquisa

O "REAL-TIME STRATEGY GAME" (RTS) E O RACIOCÍNIO ESTRATÉGICO
Thales Vianna Coutinho
Psicólogo (CRP12/10175)
Personal & Professional Coach


Investigações anteriores já concluíram que quando uma pessoa começa a jogar assiduamente algum tipo de game de ação, aprimora suas funções cognitivas, principalmente a sensibilidade ao contraste; velocidade de processamento da informação; expansão do campo de visão e raciocínio lógico-espacial. Além disso, uma faculdade muito estudada quando se trata de efeito dos jogos sobre o raciocínio é a flexibilidade cognitiva.
Flexibilidade Cognitiva é o aspecto da cognição que envolve a coordenação dos recursos cognitivos, alternando-os entre "baixo nível perceptual" e "alto nível perceptual" de acordo com a demanda. Ou seja, a capacidade de você ser flexível quanto ao seu pensamento, valorizando determinado aspecto num minuto, e outro aspecto no minuto seguinte, conseguindo resolver mais facilmente problemas complexos. A flexibilidade cognitiva não está restrita a uma área específica do cérebro, mas é representada por muitos sistemas que envolvem principalmente o córtex pré-frontal e o parietal superior direito.
O RTS (Real-time Strategy Game = Jogo de Estratégia em Tempo Real) é o gênero ideal para estudar o efeito dos jogos no aprimoramento da flexibilidade cognitiva, uma vez que os RTSs geralmente envolvem a criação, e gerenciamento de um exército contra o exército inimigo. Para atingir a vitória, o jogador precisa tomar decisões rápidas, simultâneas, assertivas e em tempo real, além de controlar a captação e o investimento dos recursos (geralmente ouro e madeira, utilizados para construir coisas) e atualizar constantemente as informações sobre o oponente, adaptando sua estratégia bélica à dele, sabendo explorar com sabedoria suas fraquezas. É mesmo um tipo de jogo bem complexo!
Nesta pesquisa, publicada semana passada na PLOS ONE, os pesquisadores adotaram o jogo “StarCraft” (um RTS clássico) e, para conseguir isolar e analisar especificamente o efeito deste gênero de jogo, eles incluíram The Sims 2 (um clássico jogo do gênero “simulação”).
Além disso, eles levantaram a hipótese de que o grau de dificuldade do jogo estaria relacionado a um possível aumento ainda maior da flexibilidade cognitiva dos sujeitos. Por isso, adotaram dois modos diferentes para o StarCraft. No primeiro, o sujeito precisava manejar uma única base, e enfrentar um único oponente. No segundo, ele controlaria duas bases, e enfrentaria dois oponentes. Todos os sujeitos da pesquisa eram saudáveis e realizavam uma bateria de testes antes e depois de ter jogado 40 horas de jogo (lembrando que um grupo jogou 40 horas “The Sims 2”, outro grupo jogou 40 horas de “StarCraft” na condição 1, e o terceiro grupo jogou 40 horas na condição 2).
Os resultados demonstraram que a flexibilidade cognitiva é mesmo uma habilidade treinável, e que o jogo é uma excelente ferramenta para proporcionar este treinamento. Porém, o gênero do jogo conta muito. Após as 40 horas de RTS as pessoas conseguiam potencializar significativamente sua flexibilidade cognitiva. Este efeito não foi observado naqueles que jogaram “The Sims 2”. Além disso, conforme a hipótese inicial dos autores, o nível de dificuldade foi diretamente proporcional ao aprimoramento da flexibilidade cognitiva, ou seja, os sujeitos da condição 2 tiveram um desempenho nos testes melhor que os sujeitos da condição 1.
Os pesquisadores concluíram que o próximo passo será analisar como essa diferença ocorre no cérebro dos sujeitos, usando para isso técnicas de neuroimagem funcional que permitam identificar eventuais diferenças na atividade neurofisiológica dos sujeitos antes e depois das 40 horas de videogame. Além disso, discutiram a possibilidade de aplicar o recurso do RTS para auxiliar no tratamento de transtornos fortemente associados a déficits na flexibilidade cognitiva, como no caso do TDAH e algumas lesões cerebrais.


Referências:

GLASS, B. MADDOX, W. LOVE, B. Real-time strategy game training: emergence of a cognitive flexibility trait. PLoSONE, vol. 8, n° 8, 2013.

Fonte da Imagem:
Starcraft2 = http://artisanplr.com/wp-content/uploads/2012/01/starcraft.jpg


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