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O
LADO NEGRO DO PERDÃO
Thales Vianna Coutinho
Psicólogo (CRP12/10175)
Personal & Professional Coach
thales.coutinho@hotmail.com
A
compreensão de porque sentimos o que sentimos, e quais as implicações disso
para a manutenção dos nossos relacionamentos vem sendo o objetivo de grande
parte das pesquisas em psicologia, nas últimas décadas.
Mais
recentemente, alguns pesquisadores começaram a descortinar os mistérios do
"perdão", identificando muitos aspectos positivos envolvendo este
sentimento, que variam desde uma melhora na pressão arterial, até uma maior
satisfação com a vida.
James McNulty |
Porém,
não podemos ser maniqueístas e conceber que alguma coisa seja totalmente boa
(ou má), logo, é de se suspeitar, que o perdão também tenha seu aspecto desagradável.
É isso que o psicólogo James McNulty (Universidade do Tennessee) conseguiu
demonstrar em suas últimas publicações: o perdão tem um lado negro e, em certa
medida, pode ser um veneno para o casamento.
Ele
concluiu que, quando um cônjuge tem maior tendência a perdoar o outro (às
vezes, mesmo contra a própria vontade, mas em função de ideais filosóficos e/ou
religiosos) ele tende a ser repetidamente vítima da mesma infração que perdoou.
Essa tendência é maior nas mulheres, e – inclusive – é uma das razões pelas
quais elas se mantêm numa relação permeada pela violência constante.
Esse
efeito negativo talvez seja explicado pelo fato de que o perdão livra o
infrator da culpa, da crítica, e do receio do desamparo (temporário ou
definitivo), e essas são condições importantes para o comportamento inadequado
seja repensado e evitado numa próxima ocasião. Ou seja, diante da facilidade de
ser perdoado, o indivíduo tende a não rever sua própria conduta, e reincide no
erro, desgastando significativamente a relação do casal.
Esses
resultados não anulam os efeitos positivos do perdão, tampouco devem nos
desmotivar a perdoar. Eles apenas nos alertam para o fato de que precisamos
prestar muita atenção quanto a quem iremos perdoar e pelo que fazemos isso.
Porque algumas pessoas entendem o "perdão" como uma "carta
branca" para fazer tudo de novo.
Referências:
GORDON,
K. BURTON, S. PORTER, L. Predicting the
intentions of women's in domestic violence shelters to return to partner: does
forgiveness play a role?. Journal of Family Psychology, vol. 18, n° 2,
2004.
LUCHIES,
L. FINKEL. E. MCNULTY, J. KUMASHIRO, M. The
Doormat Effect: when forgiving erodes self-respect and self-concept clarity.
Journal of Personality and Social Psychology, vol. 98, n° 5, 2010.
MCNULTY,
J. Forgiveness increases the likelihood
of subsequent partner transgressions in marriage. Journal of Family
Psychology, vol. 24, n° 6, 2010.
McNULTY,
J. The Dark Side of Forgiveness: the
tendency to forgive predicts continued psychological and physical aggression in
marriage. PSPB, 2011.
MCNULTY,
J. FINCHAM, F. Beyond Positive
Psychology?: toward a contextual view of psychological processes and well-being.
American Psychologist, vol. 67, n° 2, 2012.
TONGEREN,
D. WELCH, R. DAVIS, D. GREEN, J. WORTHINGTON, E. Priming virtue: forgiveness and justice elicit divergent moral
judgments among religious individuals. The Journal of Positive Psychology,
vol. 7, isue 5, 2012.
TSANG,
J. STANFORD, M. Forgiveness for intimate
partner violence: the influence of victim and offender variables.
Personality and Individual Differences, vol. 42, 2007.
Fonte das Imagens:
James McNulty: http://psychology.utk.edu/people/faces/mcnulty1.jpg
Imagem 2: http://www.birthpangs.org/articles/images/forgive/cant%20forgive.jpg
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Tenha um dia PLENO!
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